Éramos apaixonados um pelo outro, ou ao menos achávamos que
eram. Eu nunca consegui entender o porquê nunca consegui manter meu foco em uma
pessoa só, não por muito tempo. Sempre me cansava, me entediava das mesmas
conversas, da mesma rotina. Eu nunca fui de seguir rotinas, hoje eu era uma
pessoa, amanhã eu era outra e assim por diante, não que eu tivesse duas
personalidades, mas é que a cada dia eu acordava diferente, com vontades
diferentes, com rumos diferentes, e juro que nunca entendi o porquê disso. Sempre via minhas amigas com aquelas
paixonites platônicas, que elas queriam para sempre ao seu lado, enquanto eu
procurava ler algum livro longe de romances bonitinhos.
Acho que eu nunca consegui me prender de verdade a um
garoto, a uma paixão, a um amor. Pra mim, tanto faz eu querer ta com um algum hoje,
como amanhã eu queria estar só. Sempre amei o fato de ser livre, a liberdade me
completava e até hoje é assim. Não costumo carregar ninguém, adotei aquela
coisa de que a gente nasce sozinha e morre sozinho, então, ainda levo comigo
essa ideia. Não que eu seja uma garota qualquer que gosta de um garoto hoje, de
outro amanhã, mas é que quando eu penso “dessa vez vai”, mas meu coração faz o
favor de dizer “nem se anime, ainda não é dessa vez.”.
É complicado demais ser assim, a gente sempre acha que vai
acabar sozinho, não por vontade própria mais sim porque teu coração insiste em
não se apegar a ninguém. O porquê de ele
ser assim? Decepções talvez. É decepções define bem. Sempre que acho que estou
amando de verdade, sempre que digo o primeiro “eu te amo”, no outro dia parece
que todo encanto se quebrou, se foi. Por mais que eu tente, por mais que eu
insista, eu não consigo, é mais forte que eu.
Ás vezes ou quase sempre, me sinto uma pessoa vazia. Vejo todos casando,
tendo filhos, enquanto eu só quero viajar pelo mundo, conhecer gente nova e ser
livre. Sempre gostei de ser livre,
infinita como o céu, a lua, as estrelas.
Respiro fundo, e quando penso “eu sou livre”, sempre sorrio
e me sinto a pessoa mais feliz do mundo. Esse sentimento de liberdade não tem
preço, por isso talvez, não consigo me prender a ninguém. Eu nasci pra ser
livre, nasci pra ser dona de mim mesma, pra mandar e desmandar em mim como eu
bem entender, e se os outros não gostam que se danem os outros, eles são apenas
os outros, e sempre serão os outros. Mas, se bem que ás vezes da aquela saudade
de chamar alguém de seu, passar horas no celular conversando bobagens, ter
aquela cara idiota de garota apaixonada, mas logo em breve, essa sensação
passa. Tudo passa, até minha vontade de ser de alguém fixamente.
(Jheny Lopes)
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